sexta-feira, 7 de maio de 2010

-Essa história não te pertence! - e saiu.
Não que eu esperasse um "obrigado" ou coisa assim, mas também não esperava ser esquecida da minha própria desgraça.
Depois de muito tempo aprendi que poderia perdoar por mais que doesse e fiz. Perdoei, mas não esqueci.
Não que ele tivesse pedido perdão, mas se pedisse perdoaria.
Poderia até dizer "depois de tudo que eu fiz por você...", mas eu não fiz nada. Eu não estava lá quando ele percisou de um abraço, eu não estava lá quando ele precisou de companhia, de alguém pra escutar ao vivo, pra poder se sentir amado, eu não estava lá... Por mais que quisesse eu realmente não estava lá e por ser assim acabei não fazendo nada por ele...Depois, a frase que ele tinha me dito começou a fazer sentido. Agora que eu podia estar lá, era tarde demais. Agora que eu poderia recompensar o tempo perdido, a saudade, a falta, ele não precisava mais disso, ele já tinha feito a própria história sozinho, sem mim.
Enquanto eu acreditava que só por chamar ele de amor estava fazendo a minha parte da história, talvez ele estivesse fugindo por dentro, querendo achar uma saída de sair dali, eu confesso, preferia não ver isso, porque doía demais saber que o estava perdendo por mim mesma, sem esforços extras ou outras mãos no meio daquilo tudo, estava destruindo com a minha capacidade.
Não tive tempo de me acostumar com todas as coisas boas que ele poderia me dar, doar.
Enquanto eu o amava mais por esperar, esperando chegar a hora de poder dar tudo aquilo a ele, ele me amava cada dia menos involuntariamente cansado de tanto esperar.
Enquanto que para mim estava me tornando uma heroína por ganhar forças, ele estava se tornando fraco demais para carregar a história nas costas.
Enquanto que para mim as coisas estavam indo quase bem, muita coisa pra ele estava quase insuportavel.
E hoje, enquanto achava que estava com a razão, percebi agora dez minutos depois que nunca estive com ela.
A razão foi o que sempre me faltou... E acho que não é de hoje.

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