sexta-feira, 7 de maio de 2010

Carta para uma mãe.

Quando você vier, não se esqueça de trazer o sol contigo, dissestes que mandaria assim que chegasses e até hoje não recebi. Quando você vier, traga um pouco, em um pacote, melhor, em uma vasilha aquele negócio que você falou, como é mesmo o nome? Ah, amor. Sinto dizer, mas desde que você se foi andamos muito descrentes, insatisfeitos e desapontados com muitas coisas, talvez quando chegues encontre uma casa desarrumada, louça pra lavar e roupas no chão. Muitas coisas mudaram, como o tempo que demora pra passar e o mês que semana passada pareceram um ano, as plantas estão menos verdes e os cachorrinhos tristes, nem o peixe come mais como antes.
Desde que se foi, ele anda mais perdido e desconcentrado, errou duas vezes o caminho e vive ao lado do telefone, lembra como ele não suportava atende-lo? As ruas parecem diferentes agora, não sei se o caminho mudou ou se ele mudou o caminho. Ontem andamos a cavalo e apesar da alegria de Aurora os risos não eram tão felizes. Não asfaltaram a rua ainda e parece que a cada dia que chove aparecem mais buracos, o shooping anda vazio, as casas mudaram de cor e muita gente viajou também.
Não sei o que está acontecendo, bastou você ir. Não sei se a cidade que mudou ou se foi você que mudou da cidade.

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