Vai me dar a bobeira, eu pensava. E a bobeira dava. E eu ficava sem saber se a bobeira já tinha dado (e por isso eu pensava nela) ou se eu pensava na bobeira e ela dava. Eu mandava na bobeira ou ela mandava em mim? Se eu mandava nela, como obedecia?
Ter a bobeira era a pior coisa do mundo, mas era também uma honra. Eu lembro direitinho de olhar as outras crianças -e eu sempre lembro delas descalças e comendo cachorros quentes e dormindo suadas- e pensar: elas não têm medo da bobeira porque são bobas. Não entendem como é louco isso tudo aqui.
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