"Veja bem, querido... Falsa? Não, estou sendo sincera, dessa vez foi um querido carinhoso, paciente. Sei, mas espere, deixa eu te falar para que liguei... Não conheço nem a Marilda, quem dirá o João, marido dela. Tudo bem, espero sim..."
Desliguei. Já esperei demais, 27 anos para conhece-lo, três meses para experimenta-lo, um mês para ele voltar de viagem, dois anos para tentar esquece-lo, acho que dois minutos só iriam aumentar a história.
Pois bem, não teria nada de bom a contar mesmo, para ele no caso, porque a história está bem feliz até agora, cortei o cabelo, mas não era isso que ia falar, na verdade ia desmarcar o encontro dessa noite, pensei bem, bastante mesmo e percebi que ainda sou medrosa, tenho medo de destruir o trabalho de dois psicólogos e de noites mal dormidas pensando. Sou mais eu, inteira, nem tanto devido a parte do cabelo, revestida de sinceridade, sorrisos e uma brilhante esperança tranquila, serena. Ainda sou intensa, quem quiser que experimente, mas a intensidade passou a existir pela busca do equilibrio, tranquilidade demais abala qualquer mulher. Agora, para que eu ia contar isso para ele? Tanto faz, talvez ele nem aparecesse mesmo e se aparecesse ia destruir com as minhas expectativas, que demorei tanto construindo um dia antes... Acho que vou ligar para a Ana, ela vai entender do que eu estou falando, afinal depois de casar três vezes você entende o que qualquer pessoa fala.
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