Fiz meus olhos ingênuos. E a minha alma vestiu-se
de muita luz acalmada e fecunda
sob um sol que eu sabia morto há muito.
Desci ao fundo da sabedoria e trouxe
frases serenas como um fruto em sazão plena
para ofertar-te aos lábios tristes.
Menti uma felicidade loira e linda.
Disse que a vida é boa e no caminho
há sombras de conforto adormecidas.
E esse jogo pueril de crenças ilusórias
foi para que ficasses na alegria da espera,
cantando, descuidada, como outrora.
Paga-me agora todo o bem com que viveste,
não perguntando, mesmo a ti, porque fiz isso..
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