Vou ser sincera... Queria que nessa sexta-feira à noite tu estivesse em casa, entediado, tanto quanto eu, sem dúvida da vontade de falar comigo, queria que tua janela, na droga, do ebuddy subisse e chamasse minha atenção- preste atenção, que dessa vez nem pedi uma ligação- com um "oiii" qualquer, um apelido qualquer, só pro meu coração bater rápido novamente, o frio na barriga voltar, a agonia surgir e substituir a agonia de achar que podes estar, em qualquer lugar que gostaria de estar contigo, com ela.
Tanto faz, tenho que externar algumas coisas, eu me canso disso, de todos os pensamentos que não falo, das pessoas que não ajudam e das que ajudam também. Relendo os textos dá pena de mim, que situação embaraçosa, sentir pena de mim mesma, vontade de falar "ei, acorda pra vida minha filha!", é mais fácil lidar com a dor dos outros, até saio de mim algumas vezes para poder lidar com a minha.
Caetano, Oasis, Coldplay, Lily Allen, Damien Rice, Cassia Eller, saiam todos daqui, vão tocar em outro lugar, tocar outros corações e me deixem em paz! Poderia até tapar meus ouvidos, ou desligar o computador, mas essas músicas e as letras, e as vozes, e as mensagens, elas simplesmente não saem da minha cabeça, ficam cantarolando sozinhas, enquanto me ocupo fingindo não escutar.
Não, eu não sou madura o suficiente, sou uma menina boba, sonhadora, apaixonada e, nunca pensei que ia dizer isso, com coração em frangalhos. Sim, isso mesmo, com todo esse drama mesmo, sem tirar nem por, quer dizer, pode até por, eu não me importo.
Não sei que diabos é esse treco que sinto, é 'coisa' mesmo, não tem nome e nem descrição, mas ocupa uma boa parte do meu dia, é um sentimento, que faz eu me sentir a pessoa mais boba do mundo, mais desamparada e carente. Eu aceito qualquer elogio, qualquer abraço, até aperto de mão eu ando aceitando (ouviu, cabrita?)
Cadê teu nome bonito no meio dos meus conhecidos? No meio das minhas histórias? Cadê?
Cadê teu jeito 'nem ai'? Teu carinho sem jeito, mas gostoso, cadê?
Fui eu, eu sei, por incrivel que pareça não é isso que me incomoda, não é o fato de eu não ser pra ti, de não saber lidar contigo, conversar direito, ser interessante, inteligente, sensual ou qualquer coisa parecida. O que me incomoda é o me fizeste ser, a vontade que deixaste, a saudade que deixaste, a carência que deixaste. Me transformaste no que eu sempre detestei nas pessoas, é isso que me incomoda.
Incomoda, querer trocar tudo que eu conheço pra poder ter o que não conheço ainda de ti, ter vontade de mandar As, Bs, Cs, para bem longe e dizer "vão embora, já gosto de alguém, voltem mais tarde" quando tudo isso não existe.
Dar minha mão para beijares, como fizeste no primeiro encontro, quando foste embora e levaste na costa uma decepção sem nem saber, se eu voltasse eu, com certeza, diria para a Nayla, do dia 10, não te largar um minuto sequer, segurar tua mão toda hora, pegar na tua nuca, escorregar a mão por tua costa.
Reclamo, do que na verdade sei que tenho que passar, não estás errado em momento nenhum, como algumas pessoas pensam, por isso nem me dou ao trabalho mais de contar história nenhuma. Gostarias de mim se eu deixasse fazer isso, se eu permitisse que tu gostasse e me conhecesse, se eu te mostrasse o meu lado bom ao invés dos meus medos e 'não poderes', me amarias se eu deixasse, não é verdade?
Agora fico pensando, só de somente e não de sozinha, sozinha também, mas não vem ao caso novamente.
Nunca foi pra mim somente o tempo que passavas do meu lado, na verdade pra mim eram as noites que passavas comigo, me confortava saber que alguém pensava em mim, saber que era recíproco, antes pelo menos eu podia querer estar do teu lado e saber que era o que querias também, tanto quanto eu (pelo menos, até onde eu sei), pra mim era o que a gente ia ter, pra mim era o que a gente ia construir, que a gente tava construindo, o que contruiste em mim. Pra mim era olhar pro lado e não ter do que reclamar, era acordar pensando em ti e dormir pensando em ti, nos nossos problemas. Era lembrar de alguma coisa engraçada e rir sozinha, era deitar na cama e não me sentir só, sem metade de alguma coisa que deveria estar do lado da minha mão ou perto da cabeça, algo por essas bandas.
Pra mim na verdade, era o que seria e não o que era, se fosse o que era, acho que quem estaria gostando de outra pessoa seria eu, sei lá, tinha voltado para antigos ou arranjado novos, barca furada afunda, quem não sabe disso? "Que seja doce o naufrago" o que limpava o medo de te perder, era isso, a certeza do meu desapego, que resolveu me deixar na mão logo agora, os teus defeitos e as cobranças que me enchiam e faziam com que eu me sentisse pressionada, era isso, o vestibular e suas responsabilidades, a minha falta de responsabilidade, de compromisso, de coragem, de idade.
Tão pouco tempo, tão muitos problemas, tão muito eu, tão pouco nós, tão mais tu, tão menos outros, outros que não ajudam também, não se pronunciam de uma forma agradável e sincera, diferente, legal, simples.
Espero que minha barca acabe boiando por ai, não gosto da idéia de afundar, é profundo demais pra mim, ainda sou rasa.
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