quarta-feira, 22 de setembro de 2010

“Você, ainda?”
“Ainda.”
“Não cansa, não?”
“Não posso, até que você se canse e, de uma vez por todas, escolha me olhar com o amor capaz de me ouvir e de me curar.”

Num segundo momento, cansadíssima, eu a acolhi e deixei ela falar suas queixas todas até realmente começar a escutá-la. Eu a abracei com a empatia, o respeito, o afeto, com os quais a gente abraça um amado profundamente ferido. Eu nem sabia ainda como poderíamos, juntas, mudar o rumo da história, e se saberíamos, mas, ali, eu escolhi me empenhar. Escolhi assumir a minha responsabilidade terna por nós duas. Escolhi aproveitar a oportunidade oferecida pela mais nova armadilha engenhosa da mente, disfarçada de “coisa do destino”, outra circunstância, a mesma frequência, a mesma substância.

Ali, eu escolhi, pela primeira vez, talvez de uma vez por todas, olhá-la com amor até a gente conseguir se curar e ser capaz de semear circunstâncias mais felizes, outra frequência, outra substância. 

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