quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Era a primeira vez que entrava na casa dele, mas o meu corpo interpretava aquele momento como um retorno — era íntima da rotina e dos detalhes pequenos e, portanto, indivisíveis: as infiltrações, os livros e o barulho do ventilador de teto. Déjà vu. Quantas vezes eu já estive aqui? Percebia fragmentos de mim nas grossas camadas de poeira sobre os móveis e nos cantos do apartamento: o inevitável é leve. E nós, moço, somos inevitáveis, como a chuva e a morte.

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